CIRES PEREIRA
Reconheço ter dívidas com o meu passado.
Mas como se trata de um passivo impagável, me vejo incorrigivelmente grato por ele.
Enfim sou a colheita do que semeei e cultivei.
Um complexo de virtudes e vicissitudes, reflexos de meus acertos e erros.
Confesso que tenho errado mais que acertado, felizmente.
Meus erros me compelem à reflexão, portanto não devem ser ignorados.
Meus acertos não são outra coisa senão o resultado das lições que tirei à luz dos meus erros.
Pobre de espírito é aquele que pensa apenas nos “acertos” e que se deixa “embebedar” por estes seus (poucos) acertos e suas virtudes.
Torna-se, portanto, prisioneiro de uma espécie de auto narrativa inverossímil.
A liberdade do ser humano depende de uma primeira condição, romper com a prisão imanente, aquela que o ser humano criou pra si mesmo.
Ainda não estou livre da prisão que criei pra mim, contudo reconhecer sua existência é um passo importante pra me colocar no caminho sem volta da liberdade/felicidade.
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